quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Virtualização de desktops: lobo vestido de cordeiro?



Basear uma VDI em dados incorretos e nas prometidas reduções de custos poderá ser uma desilusão, uma frustração, um fracasso.



A implementação de VDI (Virtual Desktop Infrastructure) é a maior mudança na computação desktop desde a revolução PC nos anos 80. A virtualização da infraestrutura tecnológica apresenta muitas vantagens e oportunidades, mas as empresas têm de estar atentas às armadilhas, antes de aderir cegamente a esta nova tendência.
Na teoria, é um argumento persuasivo: pequenas e grandes empresas vão poder desfrutar de enormes desempenhos e vantagens econômicas com a adoção imediata da mais recente tecnologia que conquista o mercado. Apelidada por alguns como o regresso aos “terminals burros” dos anos 70 e 80, a VDI é muito mais do que uma tela verde – aliás, o usuário pode até nem perceber que o velho e familiar PC da secretária foi substituído por uma imagem do desktop que reside em um servidor virtualizado localizado em algum local da organização – ou em umum remoto datacenter em qualquer ponto do mundo, se for caso disso.
A revolução da virtualização, que começou com os servidores, chegou aos desktops trazendo uma gama de vantagens que os PC tradicionais não conseguem igualar. A VDI alocada e gerida de forma centralizada fornece uma atraente combinação de vantagens em termos de segurança, qualidade de serviço e flexibilidade, que conduzem a economias se comparadas com o funcionamento de uma rede tradicional baseada em PC. Além disso, a migração é simples, especialmente em ambientes em que a virtualização de servidor foi introduzida, dado que aí as empresas já lançaram os alicerces necessários. 
Tal como todos os grandes avanços tecnológicos, é na fase de implementação que a situação se torna mais crítica. Basear uma VDI em dados incorretos e nas prometidas reduções de custos poderá ser uma desilusão, uma frustração, um fracasso. Por isso algumas empresas estão apostando em uma abordagem Managed Services, usando um conjunto de alternativas e modelos híbridos permitem medir o seu sucesso através de um simples e flexível Acordo de Nível de Serviço (SLA). Na prática, os clientes são faturados “por posto” de trabalho e tudo o resto (suporte, manutenção) são pormenores invisíveis para as empresas.
É sobretudo no que diz respeito ao licenciamento de software que é importante estar atento aos lobos vestidos de cordeiro. As empresas que escolherem uma proposta de infraestrutura VDI tendo em vista apenas a prometida redução de custos, devem ter atenção aos modelos de licença. Os gestores devem se deixar convencer por uma solução “universal”, nem cair na promessa de reduções improváveis nos custos de funcionamento por usuário. Porquê?  Porque é fácil baixar artificialmente os custos globais no papel – basta cortar serviços essenciais como a manutenção e o suporte. 
Além disso, por cada dispositivo terminal utilizado sem uma licença completa de sistema operativo Microsoft Windows, como um thin client ou Zero Client, as empresas precisam de contabilizar a subscrição do serviço Virtual Desktop Access (VDA), da Microsoft, que custa cerca de 100 euros por dispositivo por ano. E isto significa que a pechincha VDI de hoje pode representar um pesadelo para a TI já em 2012. É necessário estar atento às despesas ao longo de todo o ciclo de vida de um PC tradicional – três a cinco anos – permanecendo alerta para os custos escondidos.
A Fujitsu trabalha atualmente na implementação de modelos híbridos que incluam uma combinação de VDI e “fat clients” – também conhecidos como PC ou notebooks – uma vez que ainda há alguns cenários de utilização em que estes são muito mais adequados – por exemplo, para trabalhadores de campo e para super-usuários sedentos de poder de processamento local que necessitam de gráficos on-board e do melhor desempenho.
Seja qual for a combinação, se a VDI for devidamente planejada e implementada, irá ajudar as empresas a dizer adeus ao ciclo normal de actualizações de PC – e a apreciar as vantagens do melhoramento contínuo e discreto dos seus sistemas. Isto inclui melhorias no sistema operacional em que as imagens individuais se baseiam, bem como na expansão sem esforço de infraestruturas de armazenamento e servidores virtuais. 
Para empresas que procuram crescer, a VDI é uma abordagem à prova de futuro. E os usuários ficarão satisfeitos porque têm a garantia de um desktop que está sempre atualizado. 
A VDI não representa apenas redução de custos e ganhos de desempenho de sistema, mas também flexibilidade e melhorias de segurança. Nos helpdesks costuma dizer-se que os PC funcionariam de forma perfeita, não fosse o fato de os usuários mexerem neles. Ao mudar para desktops baseados em servidor, torna-se muito mais rápido restaurar um desktop e todas as aplicações a partir de uma cópia de segurança. Isto também poupa tempo e dinheiro na resolução de problemas.
 Já no que diz respeito a organizações que estão preocupadas com fugas de dados dos seus sistemas e com a introdução de dados estranhos através das drives USB, smartphones e demais dispositivos dos utilizadores, mais uma vez a VDI leva vantagem, pois permite uma segurança muito maior.

(*) André Kiehne é Vice-Presidente de Serviços da divisão Dynamic Infrastructures da Fujitsu Technology Solutions.




fonte: CIO - Tecnologia

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