sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Facebook quer mudar o mercado com novo serviço de música

Recurso estará ligado à Timeline e traz parcerias com sites de assinatura de conteúdo musical para emplacar "aluguel" de faixas.

Durante a conferência F8 realizada ontem, 22/9, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, revelou alguns detalhes sobre o Facebook Music Service, que se integra ao novo recurso Timeline (Linha do Tempo). Essencialmente, ele permitirá que você complete sua linha do tempo com uma lista constantemente atualizada das músicas que você está ouvindo em serviços como Spotify, Rhapsody, MOG, Rdio, Slacker, iHeartRadio e outros.

As pessoas que visitarem seu mural poderão clicar em uma faixa da sua playlist e fazer streaming imediato da música em seus computadores, desde que  também possuam contas no serviço de música em questão (os detalhes ainda não estão claros sobre se essa é uma solução independente do serviço; se você tem conta no Spotify e um amigo está usando o Rhapsody, esse seu amigo poderá fazer streaming dessa faixa pelo Rhapsody?). Vamos saber mais sobre isso em breve. Enquanto isso, temos a questão de qual o impacto que essa novidade terá em termos de consumo, entrega e marketing musical.

Quem você vai ouvir?

Em uma época, o rádio, e, depois, a MTV, determinaram o que estaria ou não nas paradas musicais. À medida que a audiência das rádios diminui e a MTV tornou-se cada vez mais irrelevante para os fãs de música, surgiu muito pouca coisa para ocupar esse vazio. Apesar de termos acesso a milhões de músicas graças ã iTunes Store, o Pandora, e diversos outros serviços de música por assinatura, é difícil escolher o que ouvir.  Onde você em busca de orientação?

Para muitas pessoas, a resposta está em seus amigos. Esteja indo na casa de um amigo e ouvindo um disco de hip-hop que acabou de comprar, dividindo o fone de ouvido com sua namorada, ou recebendo uma mensagem de texto de sua amiga sobre a música que encerrou o último episódio do seriado “Glee”, nós normalmente confiamos em pessoas cujo gosto é confiável o bastante para nos dizer o que escutar.

O problema é que, até o momento, esse esquema não foi implementado muito bem. Serviços de streaming de música adicionaram componentes de rede social, mas tem sido uma venda difícil de ser feita porque a maioria das pessoas não enxerga valor em “alugar” suas músicas, tornando assim difícil encontrar amigos que façam parte de um desses serviços.

Primeiro lugar

O que o Facebook está propondo é jogar sua enorme base de usuários (mais de 700 milhões de pessoas) no problema. Em vez de pedir para um amigo ver sua playlist no site de um serviço de música ou seguir um link que você tuitou ou mandou por e-mail/SMS, eles podem simplesmente visitar seu mural no site, dar ver o que você está ouvindo, e clicar.

Se eles não tiverem conta em um serviço em particular, provavelmente receberão a oportunidade de criar uma ou para fazer um teste com o serviço. Faça isso e não apenas você pode ouvir a música em streaming, mas também abrir uma janela de bate-papo para falar sobre isso com seu amigo.

Isso representa, obviamente, um benefício potencialmente enorme para os serviços de streaming de música. Mais do que qualque coisa que já foi testada antes, essa novidade do Facebook tentará muitas pessoas a testar um desses serviços. Se a experiência for transparente e o preço não for muito alto, podemudar significativamente a atitude das pessoas sobre o conceito de “alugar” música.

E esse poderia ser um desafio interessante para a plataforma da  Apple e outros serviços que vendem música. Se você pode ter acesso a virtualmente todo disco que já foi gravado (e você não pensa muito em quanto custa o acesso ao longo do tempo), há menos motivação para possuir música.

O iTunes Match, da Apple, apesar de ser baseado na nuvem, não resolve esse problema porque funciona apenas com as músicas que você possui. É claro que a Apple também pode ter planos de entrar no mercado de assinatura. Ela tem os contatos e o catálogo, certamente tem os meios de entrega, e tem controle sobre os tocadores portáteis de música e mídia mais famosos do mundo.

Dito isso, ela poderia superar os esforços do Facebook, que, até o momento, parece um pouco desajeitado pelo fato de ser ligado a um navegador. Mas, até agora, a Apple não se desviou da sua postura de que “As pessoas querem ter suas próprias músicas”.

Dê o negócio para eles

O Facebook não está fazendo isso porque quer ver o mundo tornar-se um lugar mais musical, mas porque, com certeza, ganhará dinheiro dos serviços de música que possuem parcerias com o site. E a música que você escutar e compartilhar será ainda mais um dado que a rede social poderá vender para aquelas empresas que pagam por esse tipo de informação.

A novidade também terá efeito no mercado de marketing musical. Certamente veremos gravadoras e outros negócios relacionados colocarem seus artistas e parceiros nas timelines de seus murais. Celebridades e “fontes confiáveis” também encherão suas timelines de músicas.

Por isso, apesar de haver uma medida de democratização aqui, ficaremos de olho nos serviços que são promovidos para nos dizer o que ouvir, papel que coube à rádio nas décadas passadas. E os artistas também terão a oportunidade de fazer streaming de suas músicas para os fãs e amigos.

Talvez o ângulo mais intrigante disso tudo é que agora somos uma fonte a ser cortejada e exposta. Sua voz, entre milhões, importa para as pessoas que estão promovendo um artista ou gravadora em particular. Até onde a indústria musical está disposta a ir para promover e recompensar “formadores de opinião” que influenciam grandes números de “amigos”?




fonte: IDG Now

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