Raio-X identifica falhas nos novos aparelhos da Apple. Taiwanesa teria planos de trocar funcionários por robôs automatizados
Com lançamento previsto para daqui a poucas horas, o iPad 3 já está passando por vistorias que vão detectar falhas de montagem nos dispositivos. A informação é do site CNET.
A taiwanesa Foxconn, que hoje conta com cerca de 1,2 milhão de empregados, começou a realizar um raio-X nos aparelhos através de sistemas automatizados nas linhas de produção das fábricas. As máquinas utilizam algoritmos de software para inspecionar juntas de solda, placas de circuito ou quaisquer outros defeitos que passam despercebidos pelo olho humano.
Mesmo assim, não se sabe se com essa medida a Foxconn quer responder a preocupações ligadas à qualidade ou apenas tentar melhorar seus processos de produção. A agência de notícias chinesa Xinhua afirma que a companhia planeja combater os custos trabalhistas e introduzir 1 milhão de robôs em suas instalações, provavelmente para substituir um número significativo de trabalhadores.
Trabalho em excesso
Enquanto isso, a taiwanesa também está sob crescente pressão para melhorar as condições de trabalho em suas fábricas, que fazem os produtos de empresas como Apple, HP, Dell e Microsoft. Entre os casos mais recentes, no último dia 24/02, trabalhadores de uma das unidades da Foxconn supostamente imploraram por melhores condições, quando uma carta que teria sido escrita por um grupo que luta pela qualidade de trabalho pedia assinaturas para que o texto ganhasse força e chegasse à Apple.
A Apple, aliás, informou que está ciente dos abusos existentes nas fábricas da Foxconn, de acordo com uma reportagem do New York Times. As informações foram declaradas por mais de trinta operários atuais ou antigos, além de cerca de seis executivos também atuais ou antigos da empresa da maçã - todos sob condições de anonimato. O texto fala sobre as péssimas e desumanas condições de trabalho nas instalações da Foxconn, na China.
Trechos da matéria descrevem as péssimas condições do ambiente e a agonia de funcionários que sofreram acidentes ou de pessoas que perderam parentes dentro da companhia, como em cenários de explosões e serviços forçados. Até menores de idade estariam ajudando na confecção de produtos da Apple, como iPhones e iPads.
Outros ex-executivos da maçã dizem que há uma tensão dentro da empresa: uma parte quer melhorar as condições nas fábricas, mas todo o empenho nesse sentido se esgota pela necessidade da entrega rápida de novos produtos e lucros incessantes. Um deles até declarou que "realmente estamos tentando fazer com que as coisas fiquem melhores. Mas a maioria das pessoas ainda ficaria perturbada se visse de onde vem o seu iPhone".
fonte: Olhar Digital
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