segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O que esperar do Linux em 2012?

Na falta de um roadmap formal, quatro incrementos que você pode esperar ver no sistema este ano, já em discussão na comunidade de desenvolvedores.

O último ano foi muito emocionante para o Linux. O que começou como passatempo, na Finlândia, completou 20 anos e dominou quase tudo, desde dispositivos móveis a supercomputadores. E tudo leva a crer que 2012 ainda será um ano interessante para o sistema operacional.

O Linux não chega a ter um roadmap. O desenvolvimento é resultado da colaboração entre centenas de desenvolvedores de muitas empresas. Não existe ninguém elaborando uma lista de recursos a serem adicionados e direcionando desenvolvedores a trabalharem nela, ou em melhorias no kernel. Mas se você prestar atenção nas discussões da comunidade Linux, poderá ter uma ideia razoavelmente boa do que vai acontecer no futuro próximo.

Aqui estão algumas coisas que você pode esperar ver no Linux em 2012.

1 - Melhorias no Btrfs

Uma das grandes contribuições da Oracle para o kernel do Linux é o Btrfs, o sistema de arquivos que adiciona muitas características que as empresas gostariam de ver no OS. Por exemplo, o Btrfs suporta uma série de recursos e benefícios ausentes em outros sistemas para Linux, como pooling, instantâneos de estado do disco, soma de verificação, spanning integral de múltiplos dispositivos, uma maior integridade dos dados através da soma de verificação, instantâneos do sistema inteiro de arquivos antes de qualquer grande mudança, melhor gerenciamento de volume e RAID.

No entanto, faltam ao Btrfs algumas características- principalmente, a ferramenta fsck - que muita gente gostaria de ver implementada antes de colocá-lo em produção. A previsão era a de qu a ferramenta fsck estivesse diponível no fim de 2011. É provável que esteja pronta ainda no início de 2012, o que deve acelerar a adoção do Btrfs por algumas das distribuições Linux muito rapidamente.

Se eu tivesse que fazer uma previsão, diria que o Btrfs acabará por suplantar o Ext4 como sistema de arquivos padrão para a maioria das principais distribuições Linux. Mas não espere ver uso generalizado em ambientes de produção antes de meados de 2013.

2 - Android, alinhamento com plataforma ARM e foco nos sistemas embarcados

O Linux em sistemas embarcados vai continuar a ser um dos principais focos em 2012. Isso inclui tudo, desde set-top boxes, o Roku para telefones Android e tablets, e até sistemas para impressoras e qualquer outra coisa que você possa pensar.

Há muito barulho na imprensa especializada em TI sobre o fato do Android ser uma "ramificação" do Linux. Aqui está algo sobre o qual você não deve ter ouvido falar muito a respeito: o pessoal do kernel Linux e o do Android tem trabalhado duro para sincronizar o kernel principal e o kernel do Android.

Com o kernel 3.3, a maioria das funcionalidades do Android deve estar presente no kernel principal. Não tudo, mas progressos estão sendo feitos muito rapidamente. Se tudo correr bem, os usuários devem ser capazes de executar Android em cima de um vanilla kernel (kernel reduzido) até o fim do ano.

Note que este tipo de inclusão assíncrona não é incomum, e não há nenhuma razão para pânico. O Xen esteve fora do kernel padrão durante anos, enquanto sua equipe aprendia a trabalhar com a comunidade responsável pelo kernel (e vice-versa). A Red Hat e outras distribuições de Linux têm incluído patches para recursos ou dispositivos constantemente. É algom comum à plataforma.

Ao mesmo tempo, o pessoal do kernel continua a tentar domar o "oeste selvagem" da arquitetura ARM. Em um dado momento, havia cerca de 70 sub-arquiteturas ARM na árvore do kernel. Compare isso com outras arquiteturas, e você verá um problema aí. A boa notícia é que você também verá um esforço maior este ano para a resolução do problema.

Parte dele é o suporte a longo prazo da árvore do kernel para os fornecedores de eletrônicos de consumo. A Long Term Stable Kernel Initiative (LTSI) é focada na produção de um kernel estável, que estará disponível por aproximadamente a mesma quantidade de tempo de vida da maioria dos dispositivos eletrônicos de consumo (2 a 3 anos). O fato de muitos fornecedores estarem trabalhando juntos em um único núcleo deve fornecer uma série de benefícios.

A Canonical também anunciou na CES que está trabalhando em um Linux para set top boxes e DVRs. Será interessante ver a receptividade dos principais fabricantes desses dispositivos. Sou cético sobre suas chances de sucesso, a menos que consigam emplacar em algum dispositivo de uma grande marca, que o torne atraente para os usuários.

3 - Melhor ajuste e provisionamento

O cgroups é um recurso do Kernel do Linux, desde a versão 2.6.24, que tem como finalidade limitar, contabilizar e isolar o uso de recursos. Continua a evoluir e permitir um controle mais refinado do sistema. Por exemplo, no Linux 3.2 (lançado em 04 de janeiro) temos um novo recurso chamado CPU bandwidth control que permite que os administradores definam quanto tempo de CPU um grupo de processos pode usar.

A versão 3.2 acrescentou também ajustes finos de provisionamento ao Linux Device Mapper, que permite que administradores possam controlar o excesso de oferta de cotas de armazenamento para cada usuário. Isso pode parecer duvidoso, mas se você tiver algumas centenas de usuários em um sistema, será necessário definir um limite superior para a quantidade de armazenamento que poderão usar. Claro que, se configurado corretamente, a maioria dos usuários não se aproximará desse valor. Então você provavelmente não precisará de armazenamento suficiente para dar a cada usuário sua quota máxima.

Você pode esperar ver a melhoria contínua do cgroups e de outras áreas no kernel para permitir que os administradores de TI possam definir limites de recursos e outras formas de afinar seus sistemas ainda mais. As melhorias podem deixar de estar presentes em futuras versões do Linux por alguns ciclos, mas estão a caminho. Suspeito que o SUSE Enterprise Linux será lançado com um kernel 3.0 em 2013.

4 -Crescimento do OpenStack

Finalmente, esperamos ver o OpenStack sendo implantado até o fim de 2012 ou início de 2013. O projeto foi anunciado em 2010 e já atraiu mais de 140 empresas e organizações. É também a pilha de IaaS para o SUSE Linux e o Ubuntu. A partir das minhas conversas com membros da comunidade OpenStack, SUSE e Rackspace, digo, sem medo de errar, que o OpenStack terá um grande impulso em meados do ano.

Basicamente, o Linux vai continuar a melhorar para uso nas empresas e nas plataforma móveis. Com o Kindle Fire e o Nook, da Barnes & Noble, acho que veremos mais e mais tablets Android ganhando ercado. E, a não ser que algo drástico aconteça, o Android continuará a manter uma liderança firme no mercado de telefonia. O único lugar em que o Linux continuará a definhar será no desktop. Mas não se pode ter tudo, certo?




fonte: IDG Now

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